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A Guerra do Iraque
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Casa da Cultura - A Guerra do Iraque e G. Bush

Estados Unidos X Iraque, uma guerra Justa?

Edgar Indalecio Smaniotto

Com a guerra dos Estados Unidos contra o Iraque em seu auge (apesar de usarem o termo terrorista, o que vemos são grupos de libertação nacional lutando pelo seu país), outra guerra de igual intensidade é travada na mídia. Onde se confrontam as visões que povos de duas civilizações (a mulçumano-árabe e a cristão-americana), tem do conflito em andamento.

Os americanos têm como principais divulgadoras de suas idéias as poderosas CNN e FOX, enquanto os árabes com a nova e famosa Al-Jazira, as TVs americanas insistem que esta é uma guerra legítima, e que George W. Bush é um grande estadista, fazendo uma guerra necessária para a sobrevivência de seu país, já os árabes vêem esta guerra como uma invasão injustificada.

Entretanto quando vamos analisar a natureza justa e moral de uma guerra, não podemos usar como parâmetro a propaganda político – militar difundida por qualquer um dos lados em conflito, principalmente quando nos simpatizamos mais como o lado A ou B, e sim nos alicerçarmos no pensamento tradicional e filosófico sobre o assunto.

O filósofo americano John Rawls afirma que qualquer guerra travada por países governados por ditadores é injustificada, pois estas geralmente atendem a necessidades puramente megalomaníacas de seu líder ou é destinada a dominar, escravizar ou exterminar outros povos, entretanto quando travada por paises democráticos uma guerra deve ter justificativas democráticas.

Neste caso como apenas os Estados Unidos, por ser uma nação democrática esta sujeita a estas justificativas vamos analisar se diante dos princípios estabelecidos por John Rawls (que são bem razoáveis), esta é uma guerra realmente justa e democrática como querem nos fazer acreditar Bush e seus seguidores.

Segundo os princípios filosóficos estabelecidos no pensamento democrático ocidental, aqui representados por Rawls uma guerra é justa quando obedece aos seguintes quesitos:

· Deve ter como objetivo uma paz duradoura entre as nações envolvidas.

· Impedir objetivos expansionistas de ditadores.

· A população civil e soldados de baixa patente devem ser poupados e não responsabilizadas pelos atos de seus governantes. Pois tem seu patriotismo explorado de forma cínica e cruel por seus governantes.

· Além de vencer a guerra, a nação democrática tem como obrigação levar a democracia e o cumprimento integral dos direitos humanos a outra nação.

Os Estados Unidos sendo uma nação democrática deveria obedecer estes princípios, mas não é isto que esta acontecendo, uma vez que o Iraque não tinha objetivos expansionistas em relação ao território americano, ou de qualquer outra nação como ocorreu na guerra do Golfo.

O Iraque também não representava ameaça aos Estados Unidos, já que o seu governo eliminou as armas de destruição em massa que tinha, e muito menos tinha ligações com Osama Bin Laden, e até agora o que temos no Iraque é um governo militar de ocupação e possivelmente um futuro governo fantoche, além é claro do desrespeito aos direitos humanos.

Assim segundo os princípios em que a própria sociedade americana admite uma guerra, esta é uma guerra injusta, e George W. Bush não é um grande estadista como pensa que é, já que um estadista deve pensar em longo prazo naquilo que é melhor para seu povo.

Bush não passa de um presidente medíocre que leva seu povo a uma guerra injusta, baseado em uma rivalidade pessoal, na dominação de reservas petrolíferas e na necessidade de aumentar gastos militares. Tudo isso com o apoio da grande imprensa que como seu presidente é incapaz de medir o preço político e moral enorme que sua nação terá que pagar no futuro, como vêem demonstrar a atual falta de aliados e protestos no mundo todo contra a guerra.


Edgar Indalecio Smaniotto, filósofo, astrônomo amador, mestrando em Ciências Sociais pela Unesp de Marília, membro da REFICEF (Recanto dos Escritores de Ficção Científica) e do CLFC (Clube de Leitores de Ficção Científica).

Contatos: edgarfilosofo@uol.com.br

Página publicada em 06/12/2004