Casa da Cultura    

Boletim Informativo Semanal

Ano II, número 37 - Quarta-feira, 01 de dezembro de 2.004   

Casa da Cultura Literatura Trabalhos de A. C. Masini


    Exemplar de Assinante Conveniado

Bom Dia, Amigo(a) Assinante, (ou Boa Noite)

Estivemos ausentes: Pedimos desculpas ao(à) leitor(a), pois, devido a dificuldades operacionais, não pudemos publicar o Boletim nas últimas duas semanas... Mas eis que estamos de volta.

Troque o celular por uma galinha gorda: Hoje publicamos essa engraçadíssima crônica do escritor e jornalista Xico Sá, que fala da onipresença dos telefones celulares ("Tá todo mundo de pescoço torto, cabeça decaída para um lado, parecendo frei Damião") e da ansiedade dos tempo em que vivemos. O texto faz parte de nossa Série de Debates: artigos, crônicas e poemas sobre "A Modernidade": [Clique Aqui para acessar o painel com outros excelentes textos sobre o tema].

Utilidade Humano-Canina: Bem... alguém poderia chamar de "utilidade pública", mas nós preferimos "Humano-Canina", pois tal "utilidade" poderá vir a ser um bálsamo para a alma de alguém, e, tratando-se de alma, a palavra "pública" parece um tanto inapropriada...
Mas, trocando em miúdos, estamos procurando uma pessoa que esteja pronta para receber o amor e a dedicação de uma simpaticíssima, alegre, carinhosa, supersaudável e cheia de vida cadelinha, e a retribuir-lhe esse amor e dedicação.
A bichinha chama-se (provisoriamente) Eleonora Maria [o(a) futuro(a) dono(a) poderá lhe dar um outro nome, se quiser], tem apenas 11 meses e foi recolhida das ruas de São Paulo pelas irmãs Chris e Márcia Olivieri, que lhe proporcionaram todos os cuidados: assistência veterinária, vermifugação, vacinação completa, alimentação, banho, e, algo muito importante, a castração. A castração facilitará a tarefa do futuro dono (pois Eleonora Maria não terá nem cio, nem filhotes) e é uma medida (esta sim de caráter público) de grande eficácia para evitar que novos cães possam correr o risco de abandono. Ela tem porte médio, é amorosa e convive muito bem com outros cães, gatos e crianças.
Os cães, sua companhia, amor e fidelidade, são um dos maiores presentes que Deus deu aos seres humanos. São uma presença altamente benéfica para o desenvolvimento da personalidade e afetividade de qualquer criança, principalmente nos dias frios, mecânicos e globalizados de hoje. Além do afeto, o relacionamento com o animal é um excelente meio natural de se aprender respeito, limites e empatia por um outro ser. Os pais têm oportunidade de mostrar à criança que certos atos (como bater, puxar o rabo, etc...) machucam o animal e portanto não devem ser feitos. Aprendendo a não fazer tais coisas, a criança estará aprendendo respeito e limite, e estará mais apta a compreender e conviver bem com os seus semelhantes.

Foto da Cadelinha Eleonora Maria


Se você estiver interessado(a), ou tiver qualquer dúvida, não hesite em entrar em contato conosco. Nosso interesse é esclarecer todas as dúvidas para garantir que a adoção seja algo positivo tanto para o(a) novo(a) dono(a) quanto para Eleonora Maria.
[E-mail de contato para esclarecer dúvidas sobre a adoção da cadelinha Eleonora Maria].
A Casa da Cultura verificou e garante a veracidade de todas as informações sobre esta cadelinha. Agradecemos de coração toda a divulgação e colaboração.

Também sobre a questão dos cães e seres humanos, não deixe de ler a comovente crônica de André Masini : [Morrer, dormir... talvez sonhar]

Um abraço fraternal,
Casa da Cultura

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Obrigado.



Troque o celular por uma galinha gorda


Xico Sá

O glorioso inventor da ansiedade, Alexander Graham Bell (1847-1922), deve se arrepender até hoje da sua patente telefônica. (Como Santos Dumont, dândi brasileiro em Paris, que maldisse do seu próprio brinquedo ao vê-lo nos céus da guerra).

Nestes tempos em que celular virou brinco, eternamente colado às "oiças" de madames, de moçoilas, de executivos e de modernos em geral, uma reflexão recente de dona Maria do Socorro, brava sertaneja, mãe deste que vos berra, vem como pílula mais do que apropriada: "Conheci teu pai, namorei, casei, engravidei de todos vocês, criei minha família, cuidei de tudo direitinho, graças a Deus não morreu nenhum... E nunca precisei dar ou receber um telefonema, nem unzinho mesmo!".

Mulher do sertão, que só pegou em um telefone depois dos 50 anos, anda revoltada com parentes e amigas que vivem grudados ao celular. "Tá todo mundo de pescoço torto, cabeça decaída para um lado, parecendo frei Damião, por causa dessa moda nova. Ora, voltem a pôr as cadeiras nas calçadas, na frente das casas, e vão conversar sem o diacho desses aparelhos."

A máxima aceleração de ansiedade à qual dona Socorro submeteu os seus batimentos cardíacos foram os berros do carteiro.

A lamúria da falta do telefonema do dia seguinte, protesto do novo código do bom-tom das moças, também é situação nunca dantes vivida. Sem a invenção do velho Graham Bell, o dia seguinte nascia sob aurora mais sossegada.

Antigamente, tudo dependia mesmo da dramaturgia do encontro. A onipresença amorosa e/ou comercial instaurada com o celular não era coisa deste mundo. Uma carta, no máximo, poderia ser uma estratégia, garrafa atirada ao mar de tantas Penélopes.

Um recado pelo rádio também valia, mas para casos de sumiços de verdade -cheguei a ser sub do sub-redator de programa do gênero, comandado pelo locutor Gevan Siqueira, na rádio Vale do Cariri, em Juazeiro, com recados amorosos e novelinhas à moda de "Tia Júlia e o Escrevinhador", de Vargas Llosa.

Deixemos de ser plantonistas do mundo. No amor, assim como nos negócios, não somos tão importantes a ponto de alimentar essa onipresença digital. Casanova amou centenas de mulheres sem precisar de um telefonema sequer.

No mundo dos negócios, muita gente também fez fortuna sem telefone, acreditando apenas no olho do dono como engorda caixa da bodega.

Quer jogar conversa fora, faça como a velha recomendação de um Jeca Tatu: "Mate uma galinha gorda no domingo e me convide para comer".

O autor, Xico Sá, é jornalista e escritor, e edita o site de crônicas
de costumes O Carapuceiro (www.carapuceiro.com.br).


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