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Seção de Crônicas da Casa da Cultura

Uma experiência que eu, Giani, vivi!

Giani Maria Grando

Ontem cheguei em casa às 19hs e às 20hs tinha um compromisso. Estava cansada e com fome, mas vi pela janela da cozinha algo que me chamou a atenção. Então fui até a guarita abandonada que fica próxima ao portão de onde moro. Lá tenho uma vista privilegiada do pôr-do-sol.
Já havia escurecido completamente, o céu negro se transformara em um imenso palco do espetáculo de luzes que assisti durante 20 minutos (era o tempo que pude dispor para isso). Raios e relâmpagos dançavam no céu num balé empolgante. A palavra INDESCRITÍVEL é a que melhor cabe para expressar o que acontecia no céu e dentro de mim naquele momento. Fiquei emocionada, extremamente feliz de poder estar ali, assistindo a esse show, totalmente integrada à natureza, tendo certeza da grandiosidade de Deus, me sentido abençoada por poder ver. Era um show silencioso, não havia trovões. Só os carros que desciam a rua velozes, atrapalhavam o silêncio daquela obra divina. Pensei, devem estar correndo atrás da felicidade, quis gritar: “Ela está aqui!”, mas não adiantaria.

Vinte minutos, totalmente gratuitos, da mais pura beleza e emoção, ali, ao alcance de qualquer visão. Pessoas passaram pela rua, nem perceberam a minha presença! Que pretensão a minha, eles não chegaram a ver a grandiosidade da natureza a dar espetáculo gratuito, como iriam me perceber ali, totalmente embevecida?

Notei que a maioria dos que passaram tinham semblantes cansados e preocupados. Olhavam para o chão infelizes e eu para o céu: renovada, encantada, plena de satisfação e amor, completamente feliz.

Vi naquele momento alguns de meus vizinhos hipnotizados pelas TVs. Será que os programas que assistiam os estavam deixando tão felizes como eu estava naquele momento? Duvido!

Sexta-feira passada um espírito nos disse em uma aula: “O pior naufrágio é aquele que acontece no porto, mil vezes melhor é naufragar em alto mar!” Ontem tive perfeita compreensão disso, foi tão fácil ser feliz! Se eu tivesse medo de raios, relâmpagos e trovões, estaria escondida dentro de casa, longe da emoção desse espetáculo que só poderia ser compreendido por alguém que o assistiu.

Quem me conhece sabe que sou um tanto quanto preguiçosa, escrever nunca foi meu forte, hoje tive necessidade de fazer isso tentando compartilhar com vocês um pouco da transformação interior que ocorreu ontem comigo.

Choveu a noite toda, mas minha alma estava completamente lavada e purificada antes mesmo de cair a primeira gota.

Meu nome é Giani, moro, por enquanto, em Cascavel/Pr. Mas hoje me sinto cidadã do universo e desejo a todos o que senti em mim e que ainda reverbera dentro do meu ser neste momento. Foi de graça! Durou só vinte minutos, mas não tem dinheiro que pague e nem tempo que apague. Pai Amado, obrigada!!!!

A autora, Giani Grando é psicológa.

Contatos: gianigrando@hotmail.com

Página Publicada em 13/jul/2005