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O "MEU" BRASIL

Pedro Silva

Parece incrível aquilo que vou aqui afirmar, mas "achei" o Brasil há poucos anos (cerca de sete). Para todos aqueles que julgavam que o "achamento" do Brasil se tinha concretizado em 1500, será uma declaração assaz polémica. Mas, naturalmente, quando me refiro a Brasil, não estou a entrar em questiúnculas históricas, mas sim a falar do "meu" Brasil, de um espaço físico aonde jamais fui, mas que a Internet trouxe até mim por volta de 1997/98.

Nessa altura era ainda um muito jovem aspirante a escritor, mas foi então que nasceu o meu fascínio pelo país e povo que habita nesse meu país-irmão. Poderão indagar-se da razão, mas, para ser absolutamente sincero, nem eu consigo responder de forma directa e inequívoca - muitos apaixonam-se pelo Brasil pelo facto de ser um país solarengo (mas para quem, como eu, não aprecia sobremaneira o calor, e, para além disso, nunca foi ao Brasil, isso não seria uma razão válida); outros apaixonam-se pelas paisagens paradisíacas (apenas as conheço por televisão, livro ou ecrã de computador - e pode ter pesado um pouco nesta minha paixão, mas não creio que totalmente); ainda outros, finalmente, apreciam o modo aberto e franco do povo brasileiro (parece-me, de facto, ser este o motivo; nós, portugueses, somos mais introvertidos, mais formais e lidar com os meus amigos e amigas brasileiros deu-me uma nova noção de relacionamentos pessoais).

Desde logo, a par com a labuta diária pela minha carreira literária em Portugal, decidi que o Brasil teria de ser encarada numa perspectiva igualitária ao do meu país, ou seja, sempre que tivesse uma obra pronta a publicar, daria similar possibilidade a editores brasileiros e portugueses de a publicar. É assim que, em 2001, após a publicação da minha primeira obra em Portugal, um ano antes, surge um livro meu editado no Brasil que, ainda hoje, se mantém como referência extremamente positiva do carinho que os brasileiros me proporcionaram.
Sinto, de alguma maneira, estar em dívida para com o povo-irmão, não apenas os muitos milhares que decidiram adquirir aquilo que eu tinha escrito, mas todos os que decidiram apostar nas minhas qualidades de escritor e também todos os que me têm apoiado ainda antes de ver um título meu lançado para as prateleiras das livrarias e que depois disso continuam a ser meus amigos.

Porque, aparte todas as vendas que se possam ou não fazer, no final de "espremida a laranja literária", sobre apenas o "sumo da amizade".

É isso que realmente nos conforta, que nos alegra, que nos dá alento e proporciona que continuemos nestas andanças culturais, em busca de deixar algo aos vindouros.

Não escrevo para mim; escrevo para todos. Obviamente que, se não me der prazer o que estou a escrever, então dificilmente conseguirei fazê-lo. Um verdadeiro escritor (na acepção da palavra que me tem guiado nestes, ainda, parcos anos) pensa, em primeiro lugar, no leitor e só depois na sua própria pessoa. Porque, se pensar em escrever para si, não valerá a pena publicar.

Não pretendendo alongar-me muito mais nesta minha primeira colaboração neste simpático espaço cultural da Internet, não queria terminar sem agradecer aos fazedores deste website, endereçando-lhes os parabéns pelo facto de conseguirem levar a bom porto a sempre complicada nau literária.

E o "meu" Brasil, esse, continua sempre aqui no coração. Tal como a vontade de um dia vir a conhecer fisicamente esse espaço geográfico que povoa a minha mente de uma maneira tão esplendorosa.


O autor Pedro Silva nasceu em Tomar (Portugal). Cedo deu provas do seu interesse pela escrita, tendo alcançado o seu primeiro prêmio literário com apenas dez anos de idade. Colaborador assíduo de diversos órgãos de comunicação social, o autor alcançou a sua estréia literária em 2000, através da obra sobre os Templários chamada "Ordem do Templo: Em Nome da Fé Cristã". Um ano depois lançou no Brasil "História e Mistérios dos Templários". No ano de 2002, lança-se no campo da ficção, com um conjunto de contos apelidados "Escritos Errantes (histórias leves como o vento mas tocantes como a tempestade)". Com o lançamento de "Ku Klux Klan: Pesadelo Branco", o autor reata a sua paixão pelo ensaio histórico, é um estudo intenso sobre a sociedade secreta norte-americana. Em 2005, lança "Tripla Imparável I: Juventude em Acção". Paralelamente a isso, é cronista dos seguintes órgãos de comunicação portugueses: Tribuna da Marinha Grande, Jornal O Templário, O Almonda e é diretor da revista templária "Das Brumas do Templo e do Graal.

Contatos: ps77@aeiou.pt

Página Publicada em 18/09/2005