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Seção de Poesias da Casa da Cultura - Poesias em Português

A Garganta da Serpente

Agostina Akemi Sasaoka

Não há luz.
O tremor do útero
anuncia a sílaba.
Diga tua profecia
enquanto refaço o evangelho.
A boca sorri tortuosa
maldizendo a dança dos temores.
Pronuncie!
Não ouse sussurrar o caos.
O terço se enrosca
em minha língua
enquanto a primeira estrela se arrebenta.
Hospedo-me
nas gavetas do inferno,
onde os verbos maceram.
Não olhe:
vou nascer.
A garganta arreganhada
permite o sibilar do cio
Esfrego-me em teus pudores
enquanto conjugo um bocado da lua.
As escamas pulsam displicentes
sob a fronteira úmida da dor.
E o verde rasteja
- infindável -
trazendo a serpente.

 

Leia outras poesias da autora:
[Suburbanos]
[Infinitivos]
[Espera]
[Rio]

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Sobre a autora, Agostina Akemi Sasaoka, pouco sabemos: acima de tudo que é poetisa, que seu verso é insinuante, sibilante, repleto de aliterações e consonâncias, surpreendente... que fala de sentimentos e impressões com sutileza, talento e rara coragem... e que às vezes é extremamente sensual... Em seu belíssimo site A Garganta da Serpente ela diz: "Não tema: os astros podem ajudá-lo a compreender meus meandros... o sol me fez taurina e a lua de 1977 me fez ofídio (...) Que as estrelas nos protejam. Quanto a você, espero que esteja preparado para o prazer de ser."

Contatos: serpente@gargantadaserpente.com
Site WEB: gargantadaserpente.com


Página Publicada em 07/jul/2004