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Seção de Poesias da Casa da Cultura - Poesias em Português

[Leia outras poesias do autor: Juízo Final, Fantasmas, Calvário]

Desespero

Tonho França

Em tom de rosa, numa sombra de culpa.

No riso que envolve, na lágrima que sulca.

Na pele que grava cada palavra, cada estação.

Na dor que evapora, leva embora o próprio chão.

No ritmo da música, no acorde lento,

No grito que trinca, a tez do momento.

Na despedida, agonia, poesia de botequim,

No desespero que entorna, adorna, frio em mim.

Nas mãos que rasgam, os poemas antigos,

Nos olhos que sangram passadas rotinas,

No momento sagrado de ver-me sozinho,

Na quietude tranqüila e muda, que não muda

Em nada, as pedras do caminho.


Tonho França é poeta de Guaratinguetá, interior do estado de SP, membro da UBE e da Academia Vale Paraibana de Letras, e vencedor de diversos concursos de poesia. Desenvolve trabalho sobre a desigualdade social em sua cidade e região, que consiste na união da poesia, da fotografia e do depoimento voluntario do excluido (moradores de rua, prostitutas, idosos em asilos há mais de 6 meses, etc...). No seu ponto de vista a arte tem que alertar para a situação de extrema penuria dos seres humanos, que também é poesia. Triste com certeza, mas necessário.

Contatos: jtonho@terra.com.br