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Para N. S:
para que abra seu coração
e enxergue o colorido da vida.
A janela está aberta.
Meus olhos saem em busca do infinito e meu olhar é bloqueado pela cortina
cinza que está aí na frente.
Não vejo nada mais que as montanhas.
Sinto uma escuridão total... e
Suo frio.
Estou tonto...
Preso entre o espaço sem nada que me afasta do horizonte,
Distante do infinito.
Muito além da realidade que não é a minha, permaneço preso nesta ficção que muitos chamam de existência.
Eu aqui, as montanhas cinzas e nada mais.
As montanhas cinzas, eu, tudo.
Em algum lugar a vida.
Lá as montanhas cinzas, e eu perdido,
Disperso entre a vida que não vejo por causa das montanhas cinzas,
Noto a vida extraviada na dimensão insignificante que existe entre o
eu e o depois das montanhas.
Tenho a vida que não quero ver: uma vida que está entre qualquer
outro lugar e eu.
Vida cinza.
Escura vida,
Minha vida sem cor.
As montanhas prosseguem seu sono perpétuo.
Eu... Mantenho a janela aberta (a janela da minha vida).
Fecho os olhos e
Inspiro o aroma dos pesadelos.
Me afogo...
Sinto-me dentro de uma armadura: cego, surdo e mudo.
Não percebo a dança das árvores.
Não ouço o canto dos pássaros
E sequer escuto o vento.
Tudo é cinza!?
Não...
Entre eu e o mais além existem as montanhas cinzas.
Estas, que estão aí na frente.
Aquelas, que estão em todos os lugares
O cinza é o que está aqui, dentro de mim.
Deus... o suor aumenta.
Vejo dentro e olho para fora.
Não vejo nada.
Tudo é absolutamente escuro.
A culpa é da fronteira que nos separa do infinito.
Elas são responsáveis: as montanhas cinzas.
Ela... A densa vida!
Vida?
Uma lágrima solitária caminha por meu rosto.
Agora outra, mais uma e o pranto é iminente.
Choro a confusão dos meus olhos.
Reclamo a cegueira da minha alma.
Luto contra a selvagem carga das montanhas cinzas.
Minha vida está em guerra, e...
Tudo é estranho.
Montanhas que não enxergo.
Pedras no meu caminho...
As cores sumiram.
Abro os olhos...
O amanhã e o futuro: coisas invisíveis.
Algumas vezes queria não ver nada.
Outras, quando vejo as montanhas cinzas, sinto falta do arco-íris (o
colorido da existência),
Mas tudo é escuro...
Onde estás, vida?
Quem sabe atrás do cinza das montanhas!
Destas montanhas que, na verdade, são verdes,
Porque cinza está meu coração.
Um coração que bate o colorido que não vejo...
O COLORIDO QUE NÃO QUERO VER!
Versão Original:
[Leia a versão
original dessa Poesia de Eduardo Miranda - em espanhol]
O autor, José Eduardo Miranda mora em Linhares no Espírito Santo, é doutorando em Direito pela Universidad de Deusto, em Bilbao, Espanha; Doutorando em Relações Internacionais pela Universidad del País Vasco (EHU); Estudios Avanzados, a nível de Mestrado, em Direito Comercial, pela Universidad de Deusto; Especialista em Direito Comercial, Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Membro da Cátedra UNESCO de Formação de Recursos Humanos para América Latina; Membro da Cooperative Asociation of Law; Pesquisador de Ezai Fundazioa, órgão mantido por Mondragón Coorporación Cooperativa; Professor do Curso de Direito e Coordenador Acadêmico das Faculdades Integradas Norte Capixaba.
Contatos: liburua_zeca@yahoo.es
Publicada em 08/04/2005
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