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A quarta capa, porém, altera tudo. Repetindo um jogo que
o autor utiliza inúmeras vezes no próprio livro,
a foto da quarta capa relativiza o que acabou de ser mostrado,
e adota um ponto de vista inteiramente novo, em que as coisas
já não parecem ser o que eram antes. Nela, a mesma
árvore é agora vista enraizada na terra, com nuvens
ao fundo.
Aonde foi parar o Universo desconhecido que aparece na primeira
capa? Será que somos seres desorientados, perdidos em um
Universo incompreensível? Ou seres serenos, enraizados
em um substrato essencialmente familiar? "O mundo não
passa de impressões dos nossos sentidos (...) Por mais
que enxerguemos, sempre seremos cegos", diz um personagem
no último capítulo. E, assim, as árvores
da primeira e da quarta capa coexistem, é uma árvore
única. O próprio livro passa a ser apenas uma impressão,
que diante da quarta capa pode se dissipar inteiramente.
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