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Brasil: Geografia, Folclore e Arte Regional - MG

São Roque de Minas e Serra da Canastra

Carvalho Pinto

O município de São Roque de Minas (ex-Guia Lopes) faz parte da região onde, conforme o historiador Diogo de Vasconcelos, no passado habitavam os índios Cataguazes (catu-Aná), que em 1675 foram eliminados pelo bandeirante Lourenço Castanho. Nestas terras, foram alojados os negros escravos fugidos das redondezas, que com o tempo, formaram os célebres quilombos, aproveitando as terras férteis d cabeceira do Rio São Francisco. Os ex-escravos viviam agora da agricultura, da pesca e da caça, e durante longos anos resistiram ao domínio do homem branco. No meado do século XVIII, acreditasse que em 1758, Diogo Bueno da Fonseca, de ordem do então Governador das Gerais, aniquilou os ex-escravos em lutas sangrentas. Depois deste massacre, estas terras passaram a ser habitadas por mestiços e brancos provindos dos centros de mineração, das vizinhanças então em decadência.

O povoado de São Roque de Minas surgiu, como a maioria dos municípios brasileiros, devido à fé dos seus habitantes, que construíram uma capela em honra a São Roque.

O município foi criado em 17 de dezembro de 1938, Lei 148, com o nome de Guia Lopes (em homenagem a José Francisco Lopes, seu filho mais ilustre, herói da Retirada de Laguna, bravo guia das tropas brasileiras) desmembrado de Piumhi. Que em 30 de dezembro de 1962, passou a ser conhecida por São Roque de Minas, em plebiscito democrático.

Serra da Canastra

Localizada em São Roque de Minas – MG. A 320 Km de Belo Horizonte e 550 Km de São Paulo, possuindo uma área de 71.525h, com 173Km de perímetro. Local do nascimento do Rio São Francisco, conhecido como rio da unidade nacional, que em sua primeira queda despenca de uma escarpa da serra de 186 metros de altura formando a Cachoeira Casca D´Anta e percorrendo mais de 3.000 Km banhando cinco estado do Brasil e desaguando no mar entre Alagoas e Sergipe.

A Serra da Canastra é belíssima. Ao percorrer o parque nacional da Serra da Canastra, o visitante irá se deparar com uma fonte inesgotável de novidades e surpresa, conta com mais de 30 cachoeiras no parque e no seu entorno, formam duchas e piscinas naturais, com uma rica fauna que contém entre outros o pato mergulhão, lobo-guará, tamanduá bandeira, gavião caracará, veado campeiro, muito destes em vias de extinção. A vegetação do parque é típica do cerrado, campos rupestres com manchas que indicam ser uma zona de transição entre o primeiro e Mata Atlântica.  Neste cenário é possível observar espécies como a fruta-do-lobo, pau-santo, lixeira, pau de colher, abundantes orquídeas e bromélias, canelas de ema e outros. A vegetação do parque é composta por campos de altitudes, matas ciliares e cerrado na parte oeste. Acima de 1.200m, no alto da Casca D´Anta, vicejam arnicas, canela de ema e outras vegetações rupestres. A apenas 6,5Km da Portaria I do Parque.

De determinados locais, a vista da Serra, circunda por escarpas, se assemelhando a um baú ou canastra. Daí o topônimo. A região não tem extremos de temperatura: em julho a mínima é de 17ºC e em janeiro a máxima é de 31ºC.

O Parque Nacional da Serra da Canastra está situado na região sudeste do Estado de Minas Gerais, entre os meridianos 46º15´W e 47º00´W e os paralelos 20º00´S e 20º30´S. Abrange parte dos Municípios de São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis, compreendendo uma área de 71.525 há, delineada por um perímetro de 173,4 Km.

As manifestações mais representativas de segmentos da sociedade mineira com relação à criação de um parque na serra da Canastra datam de 1971, dentro do qual ficariam protegidos a vegetação e a fauna característica daquela região, e principalmente, as nascentes e áreas da bacia hidrográfica do rio São Francisco.

Através do requerimento nº 109, a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais aprovou a necessidade da criação do parque Nacional da Serra da Canastra, em 1971, e logo no início do ano seguinte, 1972, o Superintendente da SUDENE declarava: “Considerando que o referido Parque seria o único existente nas regiões do médio e alto São Francisco, sua importância parece-nos plenamente justificável pelos múltiplos fins de proteção à flora, fauna, conservação do solo, conservação das reservas de água e recreação”.

O Decreto-Lei nº 1.207, de sete de fevereiro de 1972, que criou o Parque Nacional para o Vale do São Francisco (PROVALE), dava ao antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) a incumbência de promover a proteção das nascentes do rio São Francisco e de áreas de sua bacia hidrográfica, mediante a implantação de projetos de reflorestamento e criação de parques Nacionais.

L. C. Portilho, cronista da ocasião, escreveu: “A Canastra do velho ‘Chico’ vai ser resguardada, fechada a sete chaves, para que ela possa continuar a preservar esse grande tesouro que é o miraculoso e eterno rio São Francisco”.

Em 1977, para fins de demarcação topográfica delimitou uma área de 71.525 ha., e o perímetro de 173,4 Km.

Acesso a Serra da Canastra

 O acesso ao parque Nacional da Serra da Canastra se dá por via terrestre, utilizando-se rodovias que interligam a região do Triângulo Mineiro e as capitais dos Estados de Minas Gerais e São Paulo.

Partindo de Belo Horizonte, o acesso pode ser feito através da MG-050, que tem seu entroncamento com a BR-381 em Betim, passando por Divinópolis, Formiga e Piumhi. De Piumhi, por uma estrada não asfaltada (MG-431), chega-se a São Roque de Minas, sede municipal mais próxima do parque, distante cerca de 7 Km da entrada principal (portaria I).

O conselho que é dado ao visitante do Parque Nacional da Serra da Canastra é que não deixe nada além de pegadas. Não mate nada além do tempo. Não leve nada além de fotografias. Não queime nada além de calorias.

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Conheça a biografia desse autor, que trocou a vida de classe média alta, no Jardim Paulista em São Paulo, pela simplicidade do interior do Nordeste:

[Fotógrafo Carvalho Pinto]



O fotógrafo Carvalho Pinto tem 50 anos e é paulista; trabalhou por muitos anos no gerenciamento comercial de empresas de telecomunicações; desde pequeno tem a fotografia como hobby, possuindo um acervo pessoal de mais de 6.000 fotos, que abrangem grande parte do Brasil. No início de 2003, conheceu Petrolina, "o clima agradável, a meiguice das pessoas, o céu esplendoroso", e decidiu mudar-se para lá. Trocou sua casa ao lado do Parque do Ibirapuera, por outra atrás da "banca" (mercado) de Petrolina. Hoje dedica-se a documentar diversos aspectos da vida nordestina: a arquitetura, as pessoas nativas e as atividades cotidianas.

Contatos:
e-mail: carvalhopinto@terra.com.br
telefone: (087) 3862-6393


Publicada em 27/10/2004