Casa da Cultura    


Boletim Informativo Semanal

Ano II, número 13 - Quarta-feira, 12 de maio de 2.004   

Casa da Cultura Literatura Trabalhos de A. C. Masini

    Exemplar de Assinante Conveniado    

Bom Dia, Amigo(a) Assinante, (ou Boa Noite) 

Hipocrisia Americana (Artigo): Partindo das definições clássicas de hipocrisia, tiradas diretamente da pena de grandes escritores, André Masini as compara com a prática do presidente estadunidense George Bush de se esquivar da responsabilidade pelos erros cometidos (entre eles o de "decretar", em 2002, que "terroristas" não teriam direito ao abrigo das Convenções de Genebra). Um artigo instigante e contundente, que expõe a covardia e a falsidade do atual governo americano ao colocar em seus soldados a culpa pelas torturas atualmente expostas pela mídia.

Para ler outros artigos de André Masini sobre a guerra do Iraque, clique em: [http://www.casadacultura.org/andre_masini/artigos/idx_series_especiais/index_iraque.html]

Para ler crônicas humorísticas de André Masini e artigos sobre outros temas, clique em: [http://www.casadacultura.org/andre_masini/artigos/index.html]

Exposição: Pinturas com Areia de Isis Bueno. Uma artista com raízes no universo científico, nas Ciências Biológicas. Fascinada desde pequena pela natureza e pela vida marinha, pelas conchas, algas, búzios, corais, areias, e também pelos cipós, raízes e matas do litoral capixaba, onde mora. Uma exposição rica em texturas, materiais e relevos, que trouxe grande satisfação a toda nossa equipe. [http://www.casadacultura.org/br/es/vilavelha/pint_areia_isis/pint_areia_isis.html]

Muitas outras obras, dos mais diversos gêneros, todas gratuitas e sem propaganda de qualquer tipo, você encontra em nosso sítio WEB, não deixe de nos visitar. Agora temos um mural informativo das últimas novidades, atualizado diariamente: [Link para o mural de últimas novidades da Casa da Cultura]

Um abraço fraternal,
Casa da Cultura

AJUDE A DIVULGAR A CASA DA CULTURA retransmitindo nossas comunicações a seus amigos e conhecidos.
Obrigado.


HIPOCRISIA AMERICANA

André C S Masini

Desde a aurora dos tempos, escritores têm procurado definir a hipocrisia:

"O homem é único animal que consegue se manter em atitude amistosa com a vítima que tenciona devorar, até devorá-la." (Samuel Butler).

"Eu me sento sobre as costas de um homem, sufocando-o e obrigando-o a me carregar, mas garanto que desejo aliviar seu sofrimento por qualquer meio possível -- exceto sair de suas costas." (Tolstoi).

Hoje, porém, todo esse acervo literário parece ultrapassado, pois George Bush está conseguindo realizar, na prática, aquilo que a mais sinistra ficção ousara somente imaginar: "Eu falo de paz, enquanto minha oculta hostilidade, dissimulada sob um sorriso de segurança, flagela o mundo." (Shakespeare).

A catástrofe do Iraque surgiu unicamente da vontade de Bush. Ele buscou a guerra obstinadamente, por todos os meios possíveis. Fez-se de surdo aos inspetores da ONU, que afirmavam não haver armas de destruição em massa; surdo aos apelos do mundo, que pedia diplomacia. Fez chantagem, ameaçou países, apresentou provas forjadas...

Reveladora é a frase que o sutil Secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, deixou escapar no início da guerra: "Se essa gente (os iraquianos) fosse minimamente racional, eles simplesmente deporiam suas armas." Ou seja, diante da esmagadora superioridade bélica estadunidense, seria "ilógico" para os iraquianos morrer lutando.

De um ponto de vista estritamente matemático, Rumsfeld tinha razão. Em um raciocínio frio e "contábil", para os iraquianos seria mais "racional " deixar os estadunidenses invadir e tomar conta do petróleo, deixar a Halliburton apoderar-se das obras... Seria mais "lógico" ceder, que morrer enfrentando uma força infinitamente maior que eles próprios.

Se os homens fossem máquinas, e no lugar do coração tivessem pedras, e no lugar de almas tivessem só ganância e covardia, Rumsfeld e Bush teriam acertado. Mas erraram ao julgar os outros por si próprios. A verdade é que o ser humano raramente é "lógico", e a vida não pode ser "calculada" como uma planilha de contabilidade. Por mais "irracional" que pareça ao senhor Rumsfeld, um ser humano muitas vezes prefere a morte do que ceder a um conquistador poderoso e arrogante.

Mas, em um ponto, Bush estava certo. Se a guerra realmente tivesse sido como ele esperava, todos seus pecados teriam sido perdoados: As mentiras, esquecidas. A reeleição, garantida. O butim de sua quadrilha, bilionário; e ninguém se lembraria dos milhares de inocentes mortos. Seriam apenas cinzas no limbo da História, como tantas outras barbaridades esquecidas.

Mas a guerra reservava surpresas. Hoje, diante do crescente amontoado de cadáveres estadunidenses, que faz Bush? Simplesmente, coloca a culpa no serviço secreto.

Pobre Bush, foi "levado" a declarar guerra...

Para coroar a hipocrisia, surge o escândalo da tortura de prisioneiros iraquianos.

Bush se mostra indignado, aponta o dedo para seus míseros soldados, e promete puni-los. Mas a verdade, por trás dessa encenação, é outra.

A história começou em 2002, quando Bush (sim, ele próprio) "decretou" que as Convenções de Genebra não se aplicariam a "certos" prisioneiros dos EUA. Que algumas autoridades estadunidenses poderiam, num clicar de dedos, decidir que certa pessoa simplesmente não teria mais direito a qualquer proteção legal. Bastaria pronunciarem a palavra mágica, "terrorista", e poderiam fazer com a pessoa o que bem entendessem.

As conseqüências disso foram mostradas exaustivamente na TV: os tais prisioneiros sem direito à proteção das Convenções de Genebra, os párias da humanidade, sendo humilhados, com sacos na cabeça, arrastados, jogados em buracos incomunicáveis... no Afeganistão, Guantánamo, Iraque...

Os próprios EUA admitiram "métodos agressivos de interrogatório", "privação de sono", "suicídios". Mas Bush considerava tudo isso "perfeitamente legal" (isso foi denunciado até aqui mesmo, nesta coluna, em 09/04/2003).

Então, surgem as imagens das torturas no Iraque, e Bush (pasmem) finge enorme surpresa!

Mas, afinal, qual é a novidade?

Bush deveria tentar explicar aonde exatamente acaba sua "legalidade", e onde começam os "crimes" de seus soldados torturadores.

Henrique IV? Ricardo III? Iago? Qual nada!

Cala tudo o que o antigo Shakespeare canta, que outro patife mais falso se alevanta!

O autor é  Escritor, Auditor Fiscal da Receita Federal
e Diretor Geral da Casa da Cultura
.


ASSINATURA E CANCELAMENTO:

Este boletim é um serviço gratuito da Casa da Cultura. Para assiná-lo, basta informar seu nome e e-mail na página de assinaturas em nosso sítio [clique aqui].

Sua privacidade é garantida, seu direito de cancelamento da assinatura também, a qualquer momento, sem que lhe seja feita qualquer pergunta ou restrição. Se você tem dúvidas, todas elas podem ser sanadas em nosso sítio:

[Conheça o Boletim Informativo Semanal da Casa da Cultura]

[Informações sobre segurança e sigilo do nome e e-mail do assinante.]

[Detalhes sobre os tipos de assinatura: Assinantes Exclusivos e Conveniados]

[Por que confiar na Casa da Cultura?]

Para cancelar sua assinatura:

[Cancelar Assinatura]