Edição
Especial, dedicada ao poeta Gito Minori
Bom Dia, Amigo(a) Assinante, (ou Boa Noite)
Alguns meses atrás, chegou às nossas mãos
um conjunto de poesias que nos causou grande impacto. Falavam
da vida, da morte, do espírito humano; do mundo interior
e do exterior, mesclados em uma única realidade de
espelhos, imagens e sugestões; falavam da existência
e do mundo com um talento e sensibilidade extraordinários.
Os versos teciam imagens de uma qualidade raríssima
hoje em dia: a força essencial das coisas simples e
verdadeiras. De uma calha gotejando a uma passagem estreita,
com "poucas plantas que crescem em velhas latas de tinta",
cada imagem se materializava, tornava-se uma lembrança
inesquecível, parecia ter sido vivida pelo próprio
leitor...
Estávamos diante de uma Grande Obra,
de um Grande Poeta! Mas o autor era para nós inteiramente
desconhecido: um argentino chamado Sergio (Gito) Minore. Entramos
em contato com ele, manifestando nossa intenção
de divulgar seus trabalhos na Casa da Cultura, não
apenas com páginas WEB mas também através
de um e-Book, que seria um magnífico presente para
nossos assinantes, leitores e visitantes...
Hoje, finalmente -- depois de muitos arranjos, preparações,
e trabalho -- estamos lançando o e-Book Cielorrasos
que é para nós, como editores, um grande orgulho!
Em edição Bilíngüe, com traduções
para o português da talentosa Poetisa e advogada brasileira
Cleidiner Ventura, conhecida na internet
por Anjo.
Poetas, amantes e estudiosos da Poesia: este livro
é IMPERDÍVEL! Tem a recomendação
máxima de nosso conselho editorial!
O download é gratuito, livre e aberto, como tudo na
Casa da Cultura:
[Página
de apresentação e download do e-Book Cielorrasos,
de Gito Minori]
Aqui publicamos o prefácio de André Masini
(prefácio da atual edição Casa da Cultura),
e a poesia "Alma" na versão de Cleidiner
Ventura.
Um abraço fraternal,
Casa da Cultura
AJUDE A DIVULGAR A CASA DA CULTURA retransmitindo nossas comunicações
a seus amigos e conhecidos.
Obrigado.
ALMA
Gito Minori
Tradução de
Cleidiner Ventura
Voltou-se a uma passagem estreita
De ladrilhos desiguais
De paredes desgarradas
Pelo tempo e pela umidade.
Um lugar insolente para olhar,
Onde a chuva
molha as poucas plantas
que crescem
em velhas latas de tintas.
Voltou-se a uma passagem estreita,
Onde de vez em quando
-quando não lhe dói os rins –
uma velha senhora gorda
arrasta lentamente suas chinelas
para acender
uma velha lamparina
que dependura de uma teia de aranha negra
e logo volta à sua casa,
Incapaz de sentar-se um pouquinho
debaixo desse pequeno telhado,
que não a cobre da água.
Sentem vergonha em passar por ali
Até os ratos do galpão,
Até as traças, até a ferrugem
Que impregna o ar.
Tornou-se um lugar impróprio
Um deserto em pleno Buenos Aires,
Um buraco
Na parede da noite.
Tornou-se uma passagem estreita
Uma passagem que comunica
O fogo, doce fogo da inveja
Com uma casa tomada pelos ciganos,
Pois esse sim,
Nem sequer um deles
Anima-se a passar
Sequer correndo embriagado por ali.
Só de vez em quando,
A senhora gorda
Preocupa-se de ir
Acender a velha lamparina.;
Não vai ser coisa
Que queime
E que ninguém mais,
Nunca mais,
Sobre nenhum pretexto
Pode afirmar
Que essa passagem estreita
Alguma vez foi uma alma,
Minha alma.
Prefácio de André C S Masini
Naquele dia, como em tantos outros dias, abri alguns e-mails
de pessoas desconhecidas para dar uma rápida olhada em seus
textos e poemas. Eventualmente cheguei a um poema chamado
Para quando chegar o fim, de um certo autor
argentino de quem eu jamais ouvira falar, um tal de Sergio
(Gito) Minore.
Li os primeiros versos e, de súbito, percebi que estava
diante de uma obra que transcendia o habitual. Uma pergunta
existencial, proposta em belíssima imagem lírica, atraiu
magneticamente minha atenção e meu sentimento estético:
E se só restar o silêncio/ da insônia de uma calha/
que não se cansa de gotejar?
Segui lendo o poema, absorvendo verso a verso, e mergulhando
naquela indagação sobre nossa existência e o fim dela, e
sobre o sentido de tudo isso...
E o autor seguia em frente, sempre com novas imagens de
excepcional sensibilidade e inspiração, falando da frustrações
da superfluidade da Vida...
E se este coração/ dormir anestesiado/ e sentido-se
supérfluo/ bater de vagar/, chorando uma falsa lágrima/.
E se só restou para desfrutar/ esta paz de soníferos/ este
canto tedioso/, esta monótona melodia...
Agora a poesia havia me absorvido inteiramente. Eu escutava
com meus próprios ouvidos as gotas caindo da calha, caindo
sem parar, e sentia em meu próprio corpo a noite mal dormida...
eu cada uma daquelas perguntas ressurgia em minha mente,
como se a vida de quem as escrevera fosse a minha própria
vida...
E enquanto tudo isso passava, eu esperava... esperava com
ansiedade cada vez mais forte... esperava que o poema talvez
reservasse, talvez tivesse guardada... uma resposta!
E o poema seguia, com mais imagens, aproximando-se do fim...
Para quando chegar o fim
O fim da vida... o fim do poema...
E chegou ao fim de forma magistral! Sem saídas fáceis,
sem demagogia, mas também sem desesperança, sem cinismo
nem sadismo, e sem niilismo...
Magistral!
Eu demorei uns bons minutos em silêncio para assimilar
a poesia...
Então reli o nome do autor, de quem eu nunca ouvira falar:
Gito Minore. Percebi que estava diante de
uma Grande Obra e de um Grande Poeta, entre os melhores
que tenho lido. Obra e Poeta que mereciam e justificavam
todo empenho de divulgação por parte da Casa da Cultura.
Percebi que os trabalhos desse escritor seriam um magnífico
presente para todos nossos assinantes, leitores e visitantes...
Contactei Gito, manifestei nossa intenção de divulgar suas
obras e fiz o convite para publicarmos um ou mais e-books.
Ele gostou da idéia... e aqui estamos nós.
E este é o primeiro e-book do que eu espero seja uma série.
Temos intenção de em breve publicar também o livro de poesias
"Flores Cohibidas".
Esta edição foi organizada com a tradução
completa em português posicionada antes; e o original
em espanhol completo, depois.
André Masini
Diretor Geral da
Casa da Cultura
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