Bom Dia, Amigo(a)
Assinante, (ou Boa Noite)
Nero reeleito, o Mundo em chamas: A reeleição
do presidente estadunidense George Bush não foi nenhuma
surpresa, pois parte do povo de lá sempre pareceu gostar
de seu "forte líder". Mas se olharmos a coisa
pelo lado da razão -- considerando os péssimos
resultados do governo desse sujeito -- a tal reeleição
é mais que surpreendente, é quase surrealista.
É verdade que a inteligência nunca foi lá
uma das características mais marcantes do povo americano...
Como dizia o jornalista H. L. Mencken: "Ninguém
jamais foi à falência por subestimar a inteligência
do povo americano". Mas hoje, diante da reeleição
de Bush, a própria idéia de "subestimar
a inteligência do povo americano" parece ter virado
um paradoxo, algo como superestimar o tamanho do infinito,
ou subestimar o tamanho de um ponto...
Mas talvez não se trate apenas de burrice pura e bruta.
No artigo O
Fracasso da Democracia, publicado neste Boletim,
o escritor André C S Masini primeiro
mostra porque -- mesmo de um ponto de vista puramente estadunidense,
mesmo sem qualquer consideração moral sobre
males causados a outros povos -- o governo Bush foi um fiasco.
Oferece algumas explicações psicológicas
para tal escolha.
Uma outra e interessante perspectiva é oferecida pelo
filósofo e escritor de Ficção Científica
Edgar Indalecio Smaniotto, no artigo Bush
no Planeta dos Macacos, que compara a regressão
evolutiva do presidente estadunidense, com o longa metragem
animal.
[Clique
aqui para ler o artigo].
Se tivermos em mente as hordas de estadunidenses que começam
a emigrar para o Canadá, e as bombas que começam
a ser colocadas em igrejas de todas os credos por todo o mundo,
podemos ver que não é exagero dizer que a reeleição
de Bush é equivalente a uma hipotética reeleição
de Nero, em pleno incêndio de Roma...
Muitos outros artigos sobre a Invasão do Iraque e
George Bush você encontra em nosso painel de debates
sobre a Guerra
do Iraque [Clique Aqui]
Um abraço fraternal,
Casa da Cultura
AJUDE A DIVULGAR A CASA DA CULTURA retransmitindo nossas comunicações
a seus amigos e conhecidos.
Obrigado.
O Fracasso da Democracia
André C S Masini
Qualquer análise séria sobre o governo Bush -- mesmo as que
consideram exclusivamente os interesses estadunidenses, mesmo
as que não tem qualquer consideração moral ou prurido de consciência
pelos males causados a outros povos, mesmo as que adotam a
mais fria e calculista das matemáticas... enfim, todas as
análises mostram resultados absolutamente deploráveis nas
mais diversas áreas: recessão econômica; desemprego; corte
de programas sociais; extinção de direitos civis que datavam
do século 18; descaso com o meio ambiente; gigantesco rombo
fiscal -- o maior da história do país (o governo anterior
democrata deixara um superávit); no campo externo o quadro
é ainda pior: a tentativa de coagir o mundo a invadir o Iraque,
através de argumentos falsos e ameaças, colocou os EUA em
uma situação de impensável isolamento (lembram da delegação
americana sendo vaiada(!) na abertura dos jogos olímpicos
de Atenas?); a guerra contra a Al-Qaeda está sendo perdida:
a “diplomacia” unilateral americana enfraqueceu
amigos, fortaleceu inimigos, e propiciou à Al-Qaeda ramificar-se
e alcançar uma projeção mundial que nunca tivera antes; a
invasão do Iraque transformou esse país (antes irrelevante
em relação ao conflito EUA--Al-Qaeda) em uma inesgotável fonte
de novos combatentes para essa organização, além de um perfeito
campo de treinamento (onde os “exercícios” são
ataques contra soldados americanos); isso sem falar no imenso
custo financeiro e humano da invasão. A decisão de torturar
prisioneiros sob o “argumento” de que não estariam
sujeitos às Convenções de Genebra colocou definitivamente
os EUA na posição de bandidos. Como se não bastasse, houve
corrupção e crimes, como a entrega de contratos para a Halliburton
(ligada ao vice-presidente Cheney) e a perseguição aos opositores
políticos (incluindo a revelação da identidade de uma agente
secreta da CIA). O país ruma para uma calamidade de tal magnitude,
que importantes membros do governo renunciaram antes das eleições,
deixando dramáticas mensagens de alerta ao público, tentando
despertar o país para um fato: Bush é uma catástrofe não apenas
para o mundo, mas também para os próprios Estados Unidos!
Mas tudo foi em vão... o povo estadunidense escolheu se fazer
de cego aos fatos e, no último dia 02, reelegeu George Bush.
Como entender essa escolha, aparentemente tão contrária à
“razão”? “Razão” tão
exaltada pela corrente filosófica que impregnou aquele país
em seu nascimento: o iluminismo? (A idéia era que, através
do uso da “razão” -- em uma sociedade onde
todos tivessem voz e as regras fossem claras e preestabelecidas
-- os homens saberiam escolher os melhores caminhos para si
próprios e seus semelhantes.)
Mas, na prática, o modelo iluminista foi solapado por dois
fatores: O primeiro é a imprensa, um “quarto poder”
que intrometeu-se entre os três originais de Montesquieu,
mas que não tem a legitimidade e a responsabilidade de uma
instituição de Estado. Um poder conivente com interesses e
movido a dinheiro. Imprensa como a estadunidense, que censurou
as imagens mais chocantes da guerra e se nega a mostrar ao
povo americano a verdadeira face do desprezo que seu país
despertou no Mundo.
O segundo, e principal, fator é: a submissão da “razão”
a outros componentes mais básicos e obscuros da mente humana.
A “razão” dos iluministas não é, na verdade,
o que comanda o homem. Impulsos mais profundos e primordiais,
como o medo e o ódio, podem fazer a razão desaparecer
em um estalar de dedos. E é nesses impulsos que jaz a terrível
possibilidade de massas humanas serem manipuladas por tiranos,
e agirem como boiadas em disparada, sem ver sobre o que pisam
ou para onde vão...
Bush, em sua campanha, não falou de fatos. Repetiu apenas
duas frases “11/09” e “sou um forte líder”.
“11/09” desperta o medo e a ferida, ferida
no orgulho narcisista de cidadãos de um império acostumados
a se ver como intocáveis. Sentimentos insuportáveis dentro
de peitos tão presunçosos, sentimentos que portanto precisavam
encontrar um objeto externo para serem extravasados (extravasados
na forma de ódio). E aí entra a segunda frase:
“Sou um forte líder,” significa: “vocês
não precisam segurar isso no peito. Eu
sou o meio para vocês extravasarem tudo. Vamos esquecer as
frustrações. Vamos detonar. Ninguém pode com nosso poder militar,
não é mesmo? Então vamos usar nossa força bruta. Vamos chutar
o pau da barraca.”
Os caubóis narcisos precisavam bombardear alguém,
pouco importando se fossem os terroristas sauditas ou umas
crianças iraquianas quaisquer. São como um bebê com dor de
barriga: precisavam se aliviar, e nunca aprenderam a ponderar
as conseqüências...
Bush é o alívio. O produto da incontinência, da imaturidade,
da irresponsabilidade...
Mas as conseqüências serão terríveis...
ASSINATURA E CANCELAMENTO
Este boletim é um serviço gratuito da Casa
da Cultura. Para assiná-lo, basta
informar seu nome e e-mail na
página de assinaturas em nosso sítio [clique
aqui].
Sua privacidade é garantida, seu direito de cancelamento
da assinatura também, a qualquer momento, sem que lhe
seja feita qualquer pergunta ou restrição. Se
você tem dúvidas, todas elas podem ser sanadas
em nosso sítio:
[Conheça
o Boletim Informativo Semanal da Casa da Cultura]
[Informações
sobre segurança e sigilo do nome e e-mail do assinante.]
[Detalhes
sobre os tipos de assinatura: Assinantes Exclusivos e Conveniados]
[Por
que confiar na Casa da Cultura?]
Para cancelar sua assinatura:
[Cancelar
Assinatura] |