Certa vez, em uma tarde de chuva, eu entrei pela porta do Jornal O Paraná e pedi para falar com "O Editor". Minha idéia era mostrar meus livros e pedir um espaço para divulgar meus artigos, se possível uma coluna semanal.

Primeiro fui recebido pelo simpático jornalista Jean, ele examinou meus livros, escutou-me um pouco e acabou me levando para o Toninho.

Editores são sempre pessoas insanamente ocupadas, mas Toninho, por detrás daquela enorme pilha de matérias e charges e outros papéis, recebeu-me com toda a atenção.

O Editor não era homem de divagar na conversa, ele observava, pensava e rapidamente chegava às suas próprias conclusões. Foi assim que ele logo formou uma opinião, aparentemente favorável, sobre a possibilidade de meus textos oferecerem algo interessante ao leitor. Disse-me que poderia haver um espaço ocasional no Jornal para algum artigo meu e ficou com alguns de meus livros e artigos para exame ulterior.

Na semana seguinte ele me telefonou dizendo que dali a dois dias publicaria um dos meus artigos e que me daria a coluna semanal.

Desde então ele tem se mantido parcimonioso em comentários ou sugestões, mas todas as vezes em que disse algo foi para mostrar algum aspecto útil e importante, para oferecer algum ensinamento desses que não se esquece, principalmente para um escritor como eu, que se fez dentro de bibliotecas e nunca havia tido experiência de redação.

Obrigado, Toninho, por sua visão e sua inteligência. Alguém que sabe enxergar, como você sabe, a qualidade de um material escrito, representa o que de melhor um leitor poderia esperar de um editor de jornal.

Parabéns, Jornal O Paraná.