É preciso, sim, Tereza
Jorge Amaral
É preciso, sim, Tereza, buscar, nas profundezas do inferno,
o amor. Rasgar o coração da mãe e entregá-lo
ao amante, ainda, pulsando. É preciso, sim, Tereza, navegar,
pelos abismos do mundo: os pensamentos. É preciso cortar
os pulsos e a garganta, Tereza, em oferenda ao amor. O que você
sabe desta vida? O que é que você quer deste mundo?
Palavras são as nossas cabeças. Algumas matam, outras
ressuscitam, uma, apenas, dá à luz, porque, eternamente,
grávida: amor, Tereza. Mais que viver, minha cara, é
preciso amar viver. E, amar é ser como o centro da Terra,
Tereza, para sempre em ebulição, como o sol, Tereza,
como o sol...
Escrito em 18/04/2004
O Autor é professor de Inglês,
formado em Letras pela PUC-Campinas, e escreve desde a adolescência.
Seus textos tem forma de prosa, mas essência poética,
podendo ser lidos como pequenos contos e crônicas ou como
prosa poética.
Contatos:
amaraljorge@bol.com.br
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Publicada em 30/06/2005 |